4 de agosto de 2011

Rafinha Bastos no The New York Times



Como o blog já havia dito, o Rafinha Bastos saiu no Perfil "Arts&Leisures, o caderno estará disponível nesse Domingo.

Leia aqui na íntegra:

"SÃO PAULO, Brasil - Quando um grupo de pesquisa Internet recentemente divulgou um estudo concluindo que a pessoa mais influente do Twitter foi Rafinha Bastos, um comediante brasileiro que chegou bem à frente do presidente Obama, Conan O'Brien e Kim Kardashian, mundo perguntou. "Quem é Rafinha Bastos ?"

Rafinha Bastos, 34 anos, é um pioneiro no Stand Up no Brasil, aparece semanalmente em dois programas de televisão, acaba de lançar um DVD chamado "A Arte do Insulto" e tem 2,7 milhões de seguidores no Twitter - todo o sucesso que impulsionado pela Internet e TV.

"A internet é a minha casa", disse Rafinha Bastos durante uma entrevista, muito descontraída em um café na rua de seu apartamento. "Sou uma criatura e criação da Internet, e estou muito orgulhoso disso. A Internet tornou possível para mim construir minha carreira do jeito que eu queria. "

De certa forma Rafinha Bastos e seu grupo são como os músicos brasileiros que mais de 40 anos atrás extraído pop anglo-americana e transformou-o no estilo mundialmente influente conhecido como Tropicália, só que desta vez a matéria-prima é comédia. Marcelo Mansfield, é um pouco como Rodney Dangerfield. Marcela Leal trabalha como Tina Fey, e Danilo Gentili, sócio do R,afinha em travessuras na televisão e seu Talk Show, tem mais de um toque de Bill Maher nele, como mostrado por um DVD chamado "Politicamente Incorreto. "

"Há uma nova geração de humoristas que são ácido, vibrante e inteligente, que cresceram assistindo seriados americanos e filmes de Eddie Murphy", explica Álvaro Paes de Barros, o gerente geral da Viacom, cujas propriedades incluem Comedy Central. "Stand-up comedy é um formato importado, mas essa nova geração vê como uma plataforma para a auto-expressão e aprendeu a usá-lo com muita inteligência."

Vivendo em uma sociedade que tende para o caótico, os brasileiros sempre tiveram uma apreciação para o absurdo. No ano passado um palhaço foi eleito a um cargo politico e venceu por um deslizamento Brasileiro. Mas o surgimento de Rafinha Bastos e outros como ele é, em certa medida, também uma conseqüência inevitável da globalização.

"No passado as pessoas aqui não têm acesso ao humor americano e Inglês", disse Augusto M. Costa Netto, que é o editor de uma série de livros chamada "O Melhor do Humor no Brasil" e também viveu por muitos anos nos Estados Unidos. "Richard Pryor, por exemplo, era um gênio, mas ele era desconhecido no Brasil, porque os meios de comunicação que temos hoje não existiam. Stand up comedy-se de um fenômeno novo para nós, e há um monte de gente jovem, de repente querer experimentá-lo, incluindo algumas que não são engraçadas, porque já vi isso na Internet ou televisão por cabo. "

Embora ele esteja fora do palco, parece ver o humor em qualquer situação, não importa o quão irritante, Rafinha Bastos veio a comédia de uma forma bastante indireta. Criado em Porto Alegre, uma cidade de 1,5 milhões que é a capital do estado Rio Grande do Sul, ele estudou jornalismo na faculdade lá antes de ganhar uma bolsa de estudos em 1999 para jogar basquete nos Estados Unidos. Ele acabou em Nebraska, no "Chadron State College", e para ficar em contato com os amigos de volta para casa, ele começou criar material para a Web com piadas e paródias de figuras públicas.

"Eu estava em uma cidade de 5.000 pessoas no meio do nada", lembrou Rafinha Bastos, que fica 6 pés 7 e tem uma tatuagem elaborada em seu braço esquerdo. "Mas eu descobri rapidamente que a Internet oferece uma maneira de obter minhas piadas lá fora, que havia pessoas de Angola, Portugal e os EUA me observando, mesmo caminho de volta, em seguida, em 99."

Ao mesmo tempo, ele começou a assistir a "Comedy Central" e outros canais de televisão a cabo americano,ficou cada vez mais intrigado com o que viu. Os comediantes que fizeram a impressão mais forte com ele ao longo dos anos, segundo ele, tendem a ser da escola de indignação: George Carlin, Lewis Black, Bill Hicks, Bill Maher, Lenny Bruce e, especialmente, Louis CK

Ao voltar para casa em 2000, sua carreira de atleta cortado por uma lesão, Rafinha Bastos conseguiu um emprego como repórter em uma emissora de televisão local. Mas ele continuou a fazer comédia, e depois de firmar um acordo para distribuir seu material por meio do portal Terra, ele decidiu tentar a sorte em São Paulo

No palco do Sr. Bastos, que é casado e recentemente se tornou pai pela primeira vez, muitas vezes, toca em temas tradicionais como o casamento e situações da vida urbana. "O casamento é uma ocasião muito mais feliz para uma mulher do que para um homem", ele observa em uma de suas rotinas. "Não é por acaso que na cerimônia, ela usa branco e ele se veste de preto."

"Os homens não nasceram para relacionamentos duradouros. Por que você acha que um cão é o melhor amigo do homem? Porque é um companheiro fiel? Não, porque aquela merda morre em 14 anos. Quando chega a hora de escolher um animal de estimação, você nunca vai ver um homem pegar uma tartaruga, que vive por 90 anos. "

Stand up comedy foi inicialmente difícil de vender para os proprietários de bares,Rafinha explicou, porque eles estavam acostumados a "quedas, perucas e vozes engraçadas." Então, quando ele e seus colegas tentaram explicar sua abordagem, eles perguntavam: "você sabe que o monólogo que abre 'Seinfeld'?" que tinha sido um grande sucesso na televisão a cabo no Brasil. "Isso é o que fazemos."

Mesmo antes Facebook começar, os brasileiros corriam atrás de um site chamada Orkut, e Rafinha Bastos imediatamente se envolveu com isso. Assim como o YouTube surgiu, ele começou a postar trechos do seu stand-up de trabalho lá, e quando o Twitter se tornou disponível, ele saltou sobre isso também. Em um dia normal, ele posts quatro ou cinco tweets sobre assuntos que vão da política ao esporte, e tem a classificação mais alta no Índice de Influência no Twitter.

Mais recentemente, Rafinha tem sido destaque em dois programas semanais da televisão.
"Custe o Que Custar" é a sátira política em que Rafinha Bastos e outros membros do elenco fazem perguntas irônicas. Rafinha foi para o Congresso Brasileiro questionar legisladores sobre assuntos nacionais e zombar deles quando eles respondem incorretamente, e uma vez, em uma cidade onde os esgotos não funcionavam, foi para o gabinete do prefeito vestido como um 'pedaço de excremento'.

"Você faz perguntas absurdas, ou questões básicas, como, onde é o Canadá?", Disse. "Você mostra a eles um mapa e pedir-lhes para indicá-lo, e quando não pode, que lhe permite falar sobre a falta de qualificação ou preparação de nossos representantes." Ele acrescentou: "Os políticos neste país não estão acostumadas a serem confrontados, assim, no início eles queriam nos bater. "

Rafinha Bastos admite ter uma personalidade dividida "Na TV eu faço o que Jon Stewart faz, com piadas políticas", reconheceu. "Mas o que eu gosto mesmo é de falar sobre a vida diária de uma forma provocativa, tocando em temas que são mais sensíveis, e isso é o foco do meu stand-up".

Rafinha Bastos tem agora um clube com 300 lugares aqui chamado "Comedians", onde ele é Sócio e pode experimentar novas piadas cotidianas. O clube enche,atraindo moradores e turistas de todo o país, e inúmeros outros pontos como ele também surgiram na mesma área geral, permitindo quadrinhos aspiram a aprimorar suas habilidades.

"Nós não somos considerados artistas, somos comparados com punks tocando na garagem para ver o que acontece, e eu estou bem com isso", disse Gentili, 32 anos, que apresenta um Talk Show na Rede Bandeirantes.

Rafinha Bastos, cujo nome completo é Rafael Bastos Hocsman, partes outra coisa com alguns dos comediantes americanos que ele mais admira: ele é judeu, com antepassados ​​que emigraram da Rússia. Esse pano de fundo o torna incomum no Brasil, onde menos de um décimo de 1 por cento do país de 200 milhões de pessoas são judeus, e é também, ele pensa, relevantes para a sua abordagem à comédia.

"Eu nunca levei essa bandeira, porque eu nunca tive uma verdadeira educação judaica", disse ele. "Mas eu herdei muitas características do meu pai, que é médico e tem tudo o sarcasmo, o ceticismo eterna, a raia auto-depreciativo e o senso de ironia que eu associo com o povo judeu."

Quando perguntado sobre sua designação como o Twitter mais influentes, Rafinha Bastos fez pouco caso: "É claro que é natural que eu estou sendo reconhecido como um gênio." Mas transformar sério ele também expressou a esperança de que o reconhecimento lhe dará algum isolamento a partir de uma onda de processos que ele está enfrentando, muitas das quais parecem, para os padrões americanos, pelo menos, frívolo. Em um caso funcionários do governo em um estado Brasileiro, estão processando ele porque ele descreve habitantes do estado feios. Mais seriamente, os promotores recentemente questionou Rafinha Bastos sobre uma piada reconhecidamente ofensiva sobre vítimas de estupro.

O reconhecimento do Twitter também levou a alguns questionamentos de empresas de entretenimento norte-americano, revivendo o seu desejo de longa data para realizar nos Estados Unidos. Para enfatizar esse ponto, depois de falar em Português por 90 minutos, ele mudou para o Inglês, que fala fluentemente, embora com um ligeiro sotaque, não mais do que, digamos, Yakov Smirnoff.

"Eu quero fazer stand-up lá, mas eu não quero fazer apenas duas ou três noites", disse ele. "Eu quero construir uma carreira." Ele parou por um segundo e depois perguntou, sinceramente, "Será que o meu Inglês" é ruim? Certeza de que não, ele continuou.

"A única coisa que eu realmente gostaria de tentar fazer é traduzir o meu material, eu quero dizer traduzir as palavras literal," disse ele. "Eu sei que algumas piadas que eu faço aqui, sobre os estados ou pessoas ou uma cadeia de supermercados, nunca iria trabalhar por lá. Mas as piadas casamento iria funcionar, e isso seria muito do meu outro material. Na verdade, a única razão para eu não ter feito isso já é porque eu tenho um monte de coisas acontecendo aqui. Eu não posso simplesmente sair daqui. Mas sim, talvez seja algo que vai acontecer. Por que não? "





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